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Dólar salta 1,55% ante real em meio a busca de proteção contra riscos...

Horário de postagem:2024-04-29 16:09:32

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou mais ólarsaltaanterealemmeioabuscadeproteçãde 1,5% frente ao real nesta terça-feira, após movimentos de proteção contra riscos globais às vésperas do feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida no Brasil, em meio à perspectiva de novo estresse no mercado de títulos britânico, apreensão sobre dados de inflação norte-americanos e ambiente geopolítico tenso.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,55%, a 5,2724 reais, maior valorização diária desde 26 de setembro (+2,50%) e cotação de encerramento mais alta desde o último dia 30 (5,3941 reais), pregão que antecedeu o primeiro turno das eleições presidenciais domésticas.

Depois de operar em alta moderada durante boa parte das negociações, o dólar ganhou fôlego a partir da última uma hora e meia do pregão, e saltou 1,76% no pico do dia, a 5,2835 reais.

Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,89%, a 5,3070 reais.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, disse à Reuters que a aceleração dos ganhos do dólar na parte da tarde foi reflexo da sinalização dura do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, a gestores de fundos britânicos.

Bailey disse o banco central britânico encerrará seu programa de apoio emergencial para o frágil mercado de títulos do país na sexta-feira, apesar dos pedidos do setor de fundos de pensão por uma extensão da ajuda do BoE, que vem comprando dívida de forma a limitar uma liquidação dos gilts.

A indicação dura do BoE levanta o temor de manutenção de ambiente de estresse no mercado de títulos britânico, que foi abalado recentemente por uma proposta de corte de impostos polêmica por parte do governo local, disse Rostagno, o que explicaria a piora nos mercados financeiros brasileiros e internacionais no final desta tarde.

Um índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes devolveu perdas de mais cedo e passou a subir na esteira dos comentários de Bailey, enquanto os principais índices de Wall Street aceleraram suas baixas e fecharam firmemente no vermelho. [.NPT]

"De maneira geral, o cenário externo hoje é muito ruim", disse Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, chamando a atenção também para a apreensão dos mercados antes da publicação, na quinta-feira, de dados de inflação norte-americanos.

Segundo ela, a leitura pode oferecer pistas sobre a trajetória de aperto monetário do banco central do país, o Federal Reserve, que tem subido sua taxa de juros em ritmo agressivo de forma a esfriar a economia e conter a inflação mais alta em décadas. Esse esforço, por sua vez, tem levantado temores de recessão e elevado a demanda por ativos considerados seguros, como o dólar.

Além disso, um noticiário geopolítico pesado nos últimos dias, diante da intensificação dos conflitos da guerra na Ucrânia, e temores sobre a disseminação da Covid-19 na China colaboram para temores de uma recessão global, disse Veronese, afastando investidores do risco.

Alguns participantes do mercado disseram que o Brasil se mostrou particularmente sensível à cautela internacional nesta sessão devido ao feriado de quarta-feira, que manterá os mercados locais fechados.

Na cena doméstica, investidores monitoravam o cenário eleitoral, no aguardo de mais pesquisas de intenção de voto antes do segundo turno do pleito presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), marcado para 30 de outubro.

"É importante a gente ver... eventuais sinalizações políticas aqui dentro, especialmente sobre planos de governo, manutenção ou não do teto (de gastos) pelo futuro governo, seja ele qual for" afirmou Veronese. "Acho que são questões que ainda deixam o mercado um pouco na defensiva."

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